terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Acabaram-se os IP’s. Reserva Esgotada

Acabaram-se os endereços na Internet. O que isso significa para você?

Último lote de endereços foi distribuído. Entenda o que isso representa e qual a solução planejada pelos responsáveis pela rede mundial

O dia 3 de fevereiro de 2011 se tornou uma data histórica para a internet. Este dia marcou o fim dos endereços disponíveis na rede. Acabaram. Não existem mais.

E o que isso significa?

Se você não está familiarizado com os termos IPv4 ou IPv6 é porque provavelmente o fim dos endereços na rede não vai fazer diferença nenhuma para você.

Quando a internet começou a ser projetada para uso público, um padrão de endereços precisava ser criado. Optou-se pelo IPv4 (onde IP é a sigla em inglês para Protocolo de Internet). Você já deve ter visto pelo menos uma vez na vida uma sequência de quatro números separados por pontos onde o primeiro número é 200 (o do MSN, por exemplo é 207.46.46.94). Isso é o IP: quatro números variando entre 0 e 255 que, combinados, representam o endereço do site da web.

Esse formato possibilitava a criação de 4.3 bilhões de endereços. Todos eles administrados em um único lugar, o ICANN (sigla que significa Corporação da Internet para Geração de Nomes e Números), instalado nos EUA. O ICANN gerava os endereços em blocos e os passava para Conselhos Gestores divididos por região do mundo (no Brasil, a responsabilidade é do CGI – Comitê Gestor da Internet). Os Conselhos, por sua vez, distribuem os endereços para os Provedores de Serviço que ficam responsáveis por vendê-los ou cedê-los para o público em geral.

O problema é que em 1981, quando o padrão foi definido, ninguém imaginava que a internet ia crescer mais do que isso. Cresceu.

Hoje, o ICANN distribuiu o último bloco de 84 milhões de IPs.

Não há motivo para pânico!

É claro que tem gente quebrando a cabeça há muito tempo para evitar um apocalipse – lembra do quase fim do mundo em 1999 quando dizia-se que, por causa do bug do milênio, os computadores não iam conseguir interpretar o ano 2000 como um ano válido e iam voltar para 1900?

A solução para esse problema já existe e se chama IPv6, que usa um padrão de 128 bits, ao invés dos 32 bits do IPv4. Com o IPv6 é possível gerar um número astronômico de sites, bem mais do que – imagina-se – vamos precisar em qualquer momento.

ipvb

Mas ainda há um porém.

Os padrões diferentes não conversam entre si. Se o seu computador ou celular lerem endereços IPv4, não vai ser possível ler endereços IPv6. A recíproca é verdadeira: novos computadores com IPv6 não vão conseguir ler os antigos endereços.

O mais provável é que nós passemos por uma fase de transição, onde os nossos gadgets vão conversar com as duas redes.

Seja como for, os últimos 83 milhões de endereços saíram do ICANN, mas ainda foram para os Conselhos Gestores e só sairão de lá de acordo com a demanda dos provedores de serviço, que por sua vez ainda tem que esperar essa demanda acontecer. Todo o processo deve levar, segundo especialistas, de um a dois anos para acontecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário